
Quem cuida de quem cuida? Mulheres residentes em Serra Grande (Uruçuca, Bahia) participaram da Prosa Comunitária e trouxeram para a roda as suas experiências sobre os impactos do autocuidado - e a falta dele - no dia a dia. O encontro aconteceu na tarde do dia 18 de março, na Casa Cais, e teve como destaque a discussão sobre a formação de redes de apoio e acolhimento para o fortalecimento da população feminina no território.
“Quando a gente conversa, cria um espaço seguro onde podemos estar com pessoas em situação similar, e também onde podem ser apresentados caminhos e soluções. Nessa Prosa, tivemos a participação de mulheres que já praticam e sabem a importância do autocuidado e que desejam multiplicar esse entendimento. Assim, cada participante saiu dessa roda se colocando como embaixadora do tema, buscando falar para outras mulheres sobre isso e se disponibilizando a se voluntariar para fortalecer o cuidado com outras mulheres”, conta Luzimar Del Rei, coordenadora do Programa de Desenvolvimento Territorial da Tabôa.
Participante da Prosa, a técnica de enfermagem e doula, Valdinete Porfírio, destacou a importância de falar sobre o autocuidado para a saúde física, mental e emocional das mulheres. “Eu como uma pessoa da comunidade, sempre gosto de participar dessas prosas, porque é nesse lugar que a gente consegue ter uma escuta ativa para acolher algumas demandas e pensar juntos uma forma de mudar a realidade de quem de fato está precisando”, comenta.

Em dezembro passado, foi sancionada a Lei Federal 15.069/2024 que institui a Política Nacional de Cuidados e busca distribuir a responsabilidade entre Estado, família, setor privado e sociedade civil, incluindo a corresponsabilidade, de forma equitativa, entre homens e mulheres. A Lei visa ampliar o entendimento de que o direito a cuidar, ser cuidado e ao autocuidado é um pilar central da proteção social.

A Prosa Comunitária é uma iniciativa da Tabôa e busca debater temas de interesse da comunidade para promover o diálogo e o fortalecimento comunitário. A Prosa do mês de março se conecta ainda com a frente institucional de trabalho que busca contribuir para o enfrentamento das desigualdades de gênero, como caminho necessário para a construção de territórios mais justos e sustentáveis.
Foto: Acervo Tabôa | Florisval Neto