
Laís Rossatto, coordenadora do projeto, explica a importância dessa área ser reflorestada coletivamente. “Quem passava por lá via uma área aberta, degradada e sem vida, que precisa de intervenção humana para conseguir se recuperar. Então, já era uma intenção da comunidade restaurá-la por conta da orientação do CEFIR para a regularização ambiental. Assim, eles conseguiram aproveitar o projeto, e juntar o pedacinho de área de APP referente a cada um para isso”, conta. Com cerca de um hectare, a área vai receber, por meio do manejo coletivo, os cuidados necessários para que volte a ter a função ambiental de preservar a biodiversidade, a paisagem, proteger o solo, além de facilitar a migração de fauna e flora.
Este foi o terceiro mutirão para a recuperação da área de APP, ocorrido no dia 17 de julho. O primeiro consistiu na sulcagem com trator, facilitando a abertura dos berços para plantio. Em seguida, o grupo realizou o balizamento, marcando onde cada berço ficaria, e definindo os núcleos de plantio, seguindo a técnica da nucleação prevista no projeto. Em breve, haverá, ainda, um quatro mutirão com a chegada das mudas, reunindo esforços para o plantio. Essa fase marca o início dessa experiência coletiva de restauração na comunidade, onde também estão sendo implantados Sistemas Agroflorestais produtivos nas áreas de cada agricultor participante.

Restauração ecológica com inclusão produtiva - Por meio do projeto, a Tabôa facilita o acesso a crédito para a agricultura familiar investir na implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs), com espécies produtivas e nativas, a fim de promover a restauração produtiva e ecológica de áreas degradadas. Além disso, as/os participantes passam a contar com acompanhamento técnico para fortalecer o manejo sustentável ao longo de três anos.
O processo é continuamente acompanhado e monitorado pela equipe que, a cada seis meses, realiza avaliação para verificar se as ações previstas no Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) – construído junto com cada agricultor/a - foram implementadas dentro do acordado para o período. Caso tenham sido, é aplicado o instrumento de PSA (Pagamento por Serviços Ambientais) e o agricultor é isento de pagar a parcela do crédito referente àquele semestre.
Até 2029, a expectativa é recuperar 30 ha no sul da Bahia, incluindo um total de 4,5ha de APP. A iniciativa conta com o apoio da Fundação Arymax, Instituto humanize, Fundo Pranay e Instituto Clima e Sociedade (iCS).
Foto: Acervo Tabôa