Fortalecer famílias agricultoras que buscam empreender, por meio do beneficiamento de sua produção, é uma das metas da Tabôa e da Rede de Agroecologia Povos da Mata, correalizadoras da Muká Plataforma Agroecológica. Como parte disso, entre 2019 e 2022, por meio do eixo de Beneficiamento da Muká, 21 agroindústrias foram legalizadas e receberam orientações sobre adequação da estrutura física, legislação, elaboração de manuais, criação de rotulagem e identidade do produto e otimização dos processos de gestão.
As mulheres são o maior público, composto por 66% dos acompanhados por este eixo. Elas estão à frente da geração de produtos que têm valor agregado, como geleias, nibs, granola, farinhas, chocolate, doces, polpas, temperos prontos, café, frutas desidratadas.
Mara Ferreira, produtora do primeiro café certificado pela Rede Povos da Mata, o Café Gaviãozinho, conta que começou a receber o acompanhamento da Muká em julho de 2021. “A partir daí foi iniciado todo o processo de autorização do Comitê de Rotulagem. Então, recebemos o selo de Orgânico e passamos a embalar; em novembro daquele ano, iniciamos a comercialização do nosso café. Para realizarmos a torra, ainda precisamos de uma máquina alugada, mas pretendemos adquirir uma em breve. Nossos planos futuros incluem a diversificação da produção da agroindústria, com produtos como geleias e frutas”, projeta.
Assim como Mara comemorou o selo de orgânico, outros(as) produtores(as) também buscaram a certificação de sua unidade produtiva. Os produtos orgânicos são cada vez mais valorizados e vêm ganhando novos mercados e as ações neixo de Certificação apoiaram os produtores no caminho para conquistar o selo e comercializar os
produtos com valor agregado.
Os(As) agricultores(as) foram mobilizados e orientados sobre ferramentas de controle social da Certificação Participativa. “No processo de certificação orgânica, entendemos o que deve e o que não deve ser feito, quais são os documentos necessários para preencher e atualizar. Essas eram coisas que não faziam parte da nossa rotina”, conta Gelson Peixoto, agricultor que compõe o grupo Ibi, no Núcleo Recôncavo, em Santo Antônio de Jesus.
As ações do projeto auxiliaram na obtenção e/ou renovação de 131 certificados de conformidade orgânica, por meio do acompanhamento técnico realizado nos Núcleos Pratigi e Recôncavo, na Bahia, apoiando com os Sistemas Participativos de Garantia (SPG) e suas ferramentas de Controle Social, geridos pela Rede de Agroecologia Povos da Mata. “Nesse processo, entendemos que o certificado não é só o selo, é também o melhor entendimento do agricultor sobre o meio ambiente, sobre os grupos, sobre a troca de experiência e sobre a organização dos processos”, complementa o agricultor.
Sobre a Muká - Correalizada pela Tabôa e pela Rede de Agroecologia Povos da Mata, a plataforma tem o objetivo de impulsionar o fortalecimento da agricultura familiar agroecológica por meio de ações em áreas como produção, beneficiamento, comercialização, crédito e certificação.
Fotos: Acervo Tabôa | Analee
Fotos: Acervo Tabôa | Analee