A Tabôa Fortalecimento Comunitário esteve presente, junto com organizações da sociedade civil, organizações privadas e filantrópicas de várias partes do mundo, ao Shift The Power Summit, em Bogotá, na Colômbia. O evento, realizado pelo Global Fund for Community, aconteceu entre os dias 5 e 7 de dezembro e teve como foco discutir e trocar práticas de filantropia pautadas no fortalecimento das comunidades e na construção de um mundo mais justo e sustentável.
Criada em 2016, na Cúpula Global sobre Filantropia Comunitária, na África do Sul, a hashtag #ShiftThePower representa um movimento que parte do reconhecimento das comunidades como protagonistas de seu próprio desenvolvimento e busca somar forças para que os recursos filantrópicos sejam impulsionadores dessa liderança nos territórios. Solidariedade global e compartilhamento de poder, respeito a recursos e ativos locais, futuro participativo e prosperidade para todas as pessoas são alguns dos princípios desse movimento.
Entre plenárias e diálogos em grupo, os participantes do evento fortaleceram a visão em comum da transformação social a partir das comunidades, incidindo nas relações de poder que estruturam a sociedade. O #ShiftThePower busca, na troca e no fazer junto, alinhar ações para alavancar o acesso a direitos, justiça socioambiental e outros temas que potencializam os territórios.
O evento foi, também, uma oportunidade de reunir organizações parceiras e apoiadores. “A importância de participarmos desse evento foi de conhecermos organizações semelhantes de outros lugares e trocar experiências, articular ações conjuntas com outras organizações, se atualizar quanto a tendências no campo da filantropia comunitária”, conta Roberto Vilela, diretor executivo da Tabôa.
Robson Bittencourt, gerente do Programa de Desenvolvimento Territorial da Tabôa, destaca como ponto alto do evento a participação em espaços de diálogo. “Participei, por exemplo, de duas sessões de discussão sobre advocacy e decolonização dos processos na filantropia para a justiça social, que foram espaços muito ricos de informações e aprendizados”, comenta. A atuação em rede foi outro ponto enfatizado por Robson: “Ao estarmos em rede podemos nos fortalecer enquanto organizações e também fazer ecoar com maior força a importância das pautas que temos atuado em Serra Grande. O movimento #Shift ThePower propõe novas formas de se promover a filantropia, partindo de quem está na ponta, nas discussões do dia a dia, lidando com os desafios reais. Propõe também que o poder mude de mãos e que as organizações sociais e seus públicos sejam mais representadas nas esferas de tomadas de decisões”, explica.
Aliança Territorial presente no Global Summit
As sete organizações da Rede Comuá que compõem a Aliança Territorial, incluindo a Tabôa, estiveram presentes no Shift The Power Summit, oportunizando um encontro de alinhamento de ações de advocacy e incidência em seus respectivos territórios de atuação. A equipe executiva da Rede Comuá, que integrou o comitê organizador do encontro, também esteve presente ao evento.
“Além da reunião de trabalho, aproveitamos o encontro para apresentar a Aliança Territorial para algumas organizações que estavam interessadas em nos conhecer, como o Connecting Communities in the Americas - CCA”, comenta Beto.
A Aliança tem o propósito de fortalecer as comunidades como protagonistas de soluções para os desafios vivenciados em seus cotidianos, impulsionando a construção de maior justiça socioambiental e cultural nos territórios. Integram essa rede a Tabôa Fortalecimento Comunitário, Casa Fluminense, Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA), Instituto Comunitário Baixada Maranhense, Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICOM), Instituto Procomum, Redes da Maré. Entre 2022 e primeiro semestre de 2023, tais organizações aportaram , R$ 2,5 milhões em doações diretas e R$ 3,9 milhões em doações indiretas, apoiando 1.013 lideranças/pessoas e 451 organizações, movimentos e grupos sociais em 136 municípios brasileiros.
“O que mais ficou forte para mim, em termos de aprendizado, foi a relevância de atuarmos em rede. Se quisermos ir mais longe, precisamos ir junto, juntar forças com outras organizações, para que a nossa ação local esteja conectada a outros territórios com visão e ação articuladas”, conclui Roberto.