Com a chegada da Páscoa, a produção de chocolate ganha fôlego. Na ponta, agricultoras e agricultores familiares do sul da Bahia têm contado com apoio da Tabôa para a produção de amêndoas de qualidade, que possuem maior valor agregado e são usadas na fabricação de chocolates finos. Desde 2017, a instituição já aportou R$ 2,9 milhões em crédito produtivo para 145 produtoras/es de cacau fino, em 21 municípios. Junto com os recursos financeiros, elas/eles acessaram também acompanhamento técnico especializado para iniciar ou aperfeiçoar o beneficiamento de amêndoas de qualidade.
Produzir em menor escala e com mais qualidade é uma premissa adotada por agricultoras/es que dedicam o tempo e o trabalho necessários para alcançar a excelência das amêndoas. O processo requer controle desde a colheita até o armazenamento, e o aprendizado para dominar as técnicas é construído no acompanhamento técnico feito pela equipe da gerência de desenvolvimento rural da Tabôa, garantindo que o beneficiamento gere os grãos no ponto ideal para o mercado de chocolate fino: inteiros, com espaços compartimentados no seu interior (as veias ou estrias), coloração marrom, e aroma agradável característico de cacau.
Esse trabalho meticuloso tem animado cada vez mais famílias agricultoras devido ao retorno financeiro, uma vez que a amêndoa de cacau de qualidade chega a custar mais de 100% do valor da convencional. Um dos agricultores que acessaram o crédito foi Lucas Arléo, que tem um empreendimento familiar na Jú Arléo Chocolates, marca que já levou seis prêmios internacionais e um nacional. O recurso foi utilizado para adquirir uma estufa e melhorar o processo de secagem - importante etapa na produção de cacau de qualidade -, que antes era realizada na barcaça deixando os grãos suscetíveis aos efeitos das chuvas e intempéries. “Com isso, o nosso trabalho de produção de amêndoas de qualidade foi otimizado”, conta.
Para construir a unidade de processamento do chocolate, que antes era feito em um cômodo da residência da família, Lucas acessou um novo recurso, o que contribuiu para ampliar o negócio. “O crédito era difícil porque a empresa é pequena, e a gente não conseguia ter acesso aos valores que precisávamos para dar esse passo. E a Tabôa confiando no nosso trabalho, proporcionou a aquisição do crédito e hoje estamos aí crescendo a passos largos, mantendo a qualidade”, celebra. Atualmente, as amêndoas de qualidade são totalmente utilizadas como matéria-prima para o chocolate da marca família, que este ano produziu 200kg para atender à demanda da Páscoa.
Fotos:
Imagens 1 e 2 - Acervo Tabôa | Ana Lee
Imagem 3 - Acervo pessoal | Família Arléo