Fortalecer o protagonismo feminino, visando contribuir para a construção de igualdade de gênero, é uma estratégia transversal às ações da Tabôa. No que diz respeito às mulheres rurais, um dos caminhos tem sido investir em ações que contribuam para o empoderamento socioeconômico dessa população, a exemplo da democratização do acesso ao crédito, como forma de impulsionar processos e produtos liderados por agricultoras familiares.
Do total de créditos concedidos para famílias agricultoras até o momento, cerca de 31% foram acessados por mulheres. É o caso de Tereza Santiago, que vive no Assentamento Dois Riachões, em Ibirapitanga (BA). Técnica em agroecologia, ela atua na área de educação no campo para jovens assentados e cultiva alimentos agroecológicos, mostrando como é possível produzir mantendo a floresta em pé, respeitando a fauna e a flora.
Do total de créditos concedidos para famílias agricultoras até o momento, cerca de 31% foram acessados por mulheres. É o caso de Tereza Santiago, que vive no Assentamento Dois Riachões, em Ibirapitanga (BA). Técnica em agroecologia, ela atua na área de educação no campo para jovens assentados e cultiva alimentos agroecológicos, mostrando como é possível produzir mantendo a floresta em pé, respeitando a fauna e a flora.
Nos seis hectares de área manejada de seu lote individual, a principal cultura é o cacau, produzido no sistema cabruca. Neste tipo de manejo – tradicional da região sul da Bahia – o cacaueiro fica sob a sombra da Mata Atlântica, contribuindo para preservar a vegetação nativa e também minimizar a incidência de pragas na plantação. A produção de Tereza atinge uma média anual de 188 arrobas. Além do cacau, ela também produz hortaliças, feijão, milho, batata, como culturas de subsistência em seu quintal produtivo.
Em 2020, por meio do CRA Sustentável na Mata Atlântica, Tereza acessou seu primeiro crédito. Com os recursos, investiu na melhoria de seu Sistema Agroflorestal Agroecológico (SAFA) com cacau cabruca. As áreas de cacau são lotes antigos com grande necessidade de manejo, replantio, poda e limpeza. O crédito permitiu à Tereza realizar o manejo necessário para atender tais necessidades e aumentar a produtividade. "Com o financiamento, a gente comprou - além dos equipamentos - insumos e plantou um SAF, que já está produzindo. E já estamos tirando produtos de lá para comercializar", conta a agricultora.
Com as melhorias feitas, Tereza também conseguiu aumentar o adensamento da área, que passou de 500 para 900 pés de espécies frutíferas e lenhosas intercaladas com o cacau, por hectare.
Fotos: Acervo Tabôa/Ana Lee Sales