A vila Serra Grande (Uruçuca, Bahia) é marcada pelas tradições dos festejos juninos. No mês de junho, não faltam forró, quadrilhas e arrasta-pés na comunidade. Prosear para fortalecer essas tradições foi o tema da Prosa Comunitária promovida pela Tabôa no último dia 19, no Barracão de Capoeira, no Bairro Novo, com a participação de moradores locais.
A roda de diálogo promoveu trocas entre quem vivencia os festejos há décadas e quem busca para somar atualmente com a permanência das tradições. “Já tem 25 anos que atuo na quadrilha na comunidade. Quero que a cultura seja ampliada e que a comunidade a abrace”, contou seu Lito, agente cultural e mestre da quadrilha junina Arraial de Serra de Seu Lito. Ele foi um dos facilitadores da prosa, compartilhando a sua história e as motivações que mantém vivo um dos símbolos juninos na comunidade.
Joselita Machado, diretora da Associação de Moradores do Bairro Novo (Asmoban) e coordenadora da Feira Comunitária Saberes e Sabores, também facilitou a roda de diálogo e expressou a sua preocupação com a união da comunidade para a manutenção das tradições. “Cultura é vida. O povo que não tem cultura está entregue à própria sorte. A festa junina é muito importante no sentido de socializar essa relação que é tão importante para o ser humano”, contou Dona Jô, enquanto lembrava das brincadeiras e da fartura da época de São João quando ainda criança.
A coordenadora da Igreja Católica de Serra Grande, Manuela Ribeiro, contou como tais tradições têm sido trabalhadas na comunidade. “Hoje, os festejos que acontecem todo ano de 20 a 29 de junho são um resgate. A quermesse que realizamos é onde brincamos, socializamos, dividimos experiências, tudo voltado para a comunidade”, contou.
Em Serra Grande, as celebrações juninas se desdobram até o dia 29 de junho, quando se celebra o dia dedicado a São Pedro, padroeiro do local. Os festejos também remetem a Pedro Gomes, figura histórica na formação do território.
A Prosa Comunitária é uma iniciativa da Tabôa e busca debater temas de interesse da comunidade para promover o diálogo e o fortalecimento comunitário.
Fotos Acervo Tabôa | Florisval Neto