![Foto cedida pelo Instituto Arapyaú](/images/Banner_CRA_Sustentavel.png)
Com o fundo, busca-se ampliar o financiamento da produção da agricultura familiar, por meio de uma linha de crédito mais acessível e flexível a pequenos produtores, que enfrentam dificuldades para acessar os financiamentos convencionais. “Passamos quase dois anos, discutindo e desenhando uma estratégia que fosse viável e sustentável”, explica Roberto Vilela, Diretor Executivo da Tabôa. “Era importante construir uma solução que gerasse benefícios socioeconômicos, mas também ambientais”, completa.
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Os recursos captados por meio do CRA Sustentável estão sendo investidos para financiar ações e projetos de agricultores familiares de oito municípios do sul da Bahia, especialmente pequenos produtores de cacau, cujo diferencial é o cultivo feito à sombra de árvores nativas por meio de um sistema chamado cabruca. A expectativa é que essa primeira rodada da operação gere um incremento de 30% na produtividade das famílias agricultoras apoiadas.
Como uma das organizações realizadoras do CRA Sustentável, a Tabôa fará a análise, prospecção e avaliação do crédito e disponibilizará serviço de assistência técnica para os agricultores, realizando o acompanhamento de suas ações, monitorando resultados e impactos socioambientais. Desde que iniciou suas atividades, em 2015, a Tabôa tem atuado com microcrédito rural associado à assistência técnica, como estratégia de desenvolvimento territorial. Para tanto, conta com o apoio do Instituto Arapyaú, Instituto Humanize, Funbio, Porticus, Instituto Ibirapitanga e Inter-American Foundation.
Perfil dos agricultores – Nesta primeira etapa, 155 pequenos produtores do Sul da Bahia tiveram seus pedidos de empréstimo analisados e validados para receberem crédito, sendo 32% mulheres e 68% homens. Destes, 74% vivem em assentamentos de reforma agrária. O valor médio concedido por empréstimo é de R$ 6,5 mil e mais de 80% dos projetos financiados contam com garantia solidária, quando um grupo de três até doze pessoas se tornam avalistas um dos outros.
Para ter o contrato aprovado e receber crédito do CRA Sustentável, os agricultores assinam termo assumindo alguns compromissos socioambientais, a exemplo da não exploração de trabalho infantil ou escravo, não realização de caça predatória e maus-tratos a animais domésticos.
Título Sustentável – A emissão de títulos sustentáveis tem crescido em todo o mundo e se mostrado uma tendência do mercado financeiro no Brasil. A principal diferença é que os investidores, em um fundo sustentável, sabem que seus recursos estão sendo aplicados em ações e projetos com claros e comprovados impactos socioambientais. No caso do CRA Sustentável, ele foi constituído na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com retorno pré-fixado para os investidores de 5% a.a.
Para um título ser considerado sustentável, é preciso cumprir alguns critérios e protocolos e as ações a serem financiadas devem contribuir para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Como parte desse processo, a Tabôa elaborou o Framework de Emissão de Títulos Sustentáveis, em conformidade com Princípios para Títulos Verdes 2019 (Green Bond Principles 2019), os Princípios para Títulos Sociais 2019 (Social Bond Principles 2019) e as Diretrizes para Títulos Sustentáveis 2018 (Sustainability Bond Guidelines 2018). O documento foi analisado e validado pela empresa Way Carbon, que emitiu uma opinião independente atestando que as operações de Créditos Recebíveis de Agronegócio, apresentadas pela Tabôa e securitizadas pela Gaia Agro, são caracterizadas como títulos sustentáveis, sendo rotuladas como CRA Sustentável e não apenas como verde por conter benefícios sociais claros.
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